A noção de identificação arquivística na Espanha e no Brasil nas décadas de 1980-1990
Resumo
Estudo do processo de construção teórica da metodologia da identificação nas décadas de 1980 a 90, a partir da literatura arquivística espanhola e brasileira. O termo identificação surgiu no âmbito da Arquivística na década de 80 do século XX, como proposta de grupos de arquivistas preocupados com a formulação de metodologias para solucionar o problema da acumulação de documentos em países ibero-americanos. Neste contexto, surge o Grupo Ibero-americano de Gestão de Documentos Administrativos, com a participação da Espanha, Brasil, Costa Rica, Cuba, México, Colômbia e Portugal, grupo de investigação arquivística que desenvolveu trabalhos com o objetivo de analisar as características comuns e as peculiaridades da arquivística ibero-americana no que se refere à gestão de documentos, cujos estudos resultaram na formulação do conceito e da metodologia da identificação. Na Espanha, o conceito foi divulgado por Maria Luiza Conde Villaverde nas Primeiras Jornadas de Metodologia para a Identificação e Avaliação de Fundos Documentais das Administrações Públicas, realizadas em Madri, em 1991 e em 1993, foi incorporado pelo Dicionário de Terminologia Arquivística Espanhol, passando a influenciar a construção de procedimentos de identificação no âmbito da arquivística ibero-americano. No Brasil, os processos de identificação desenvolvidos no Programa de Modernização Institucional – Administrativa do Arquivo Nacional, tanto para tratamento de fundos acumulados como para implantação de processo avaliação no contexto da gestão documental, passaram a servir de referencial para experiências semelhantes desenvolvidas em outros arquivos brasileiros. Nesta perspectiva, o presente trabalho de pesquisa busca refletir sobre os estudos de identificação na literatura arquivista e influência do modelo espanhol de identificação arquivística nos países ibero-americanos, chegando ao Brasil. Tem por objetivo geral, descrever o contexto inicial do processo de construção teórica da metodologia da identificação nas décadas de 1980 a 1990, no âmbito da literatura arquivística espanhola e brasileira e, especificamente, apresentar as experiências metodológicas, os fundamentos teóricos resultantes, desenvolvidos na Espanha e no Brasil no período; discutir os modelos metodológicos apontando elementos que os aproximam e os distinguem. Espera-se que os resultados desta pesquisa venham contribuir com novos elementos para a discussão sobre a construção teórica da metodologia da identificação, particularmente no contexto da arquivística brasileira.
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