A Web enquanto força promotora de equidades: o nascimento da narratriz em balanço com o narrador
Resumo
Da antiguidade clássica quando se formam os primeiros narradores orais até aqui, o recente século XX declara definitivamente morto o narrador natural oral com a ascensão da informação e das técnicas mecânicas de reprodutibilidade das narrativas (BENJAMIN) nas vésperas do surgimento da rede mundial. Seja a rede hoje feita de usuários civis comuns ou grandes arquitetos do código eletrônico nesse novo ambiente de comunicação artificial de escala glocal (TRIVINHO), todos rompem paradigmas engessados pelas galáxias de mídia antecessoras (McLUHAN), trazendo em seu bojo uma revolução que todavia engatinha em seus poucos anos em comparação com a ancestral estrutura do narrador (BARTHES, TODOROV) e que, desde tempos remotos mantinha, mesmo que sem querer ou de forma inconsciente, sua platéia muda sem direito à respostas ou sequer à participação no mais simples processo de comunicação instrumental humana. Para exibir esse viés da comunicação enquanto força que também pode ser uma força promotora de igualdade, apontamos que nessa nova mídia existe uma nova forma de escrever e narrar as realidades e as ficções (RICOEUR), mas que o mais importante de tudo isso é a nova presença que não se observava em massa até aqui: é a presença da fala feminina, da voz das mulheres, do surgimento desse novo narrador que não é um homem em sua humanidade, mas uma narradora. Dessa forma, o presente texto enfatizar o aspecto feminino sobre a escrita das culturas humanas, uma escrita que apesar de ter sido também promovida por poucas mulheres em comunidades antes impressas ou analógicas e elétricas, apenas agora no contemporâneo estão bastante presentes em massa no ocidente inclusive nas escritas científicas acadêmicas ou pela web – ou em sua maioria apenas graças à web – em comunidades a exemplo da Wikipedia, grande portal de conhecimento compartilhado e colaborativo. Assim queremos fazer nascer ou atribuir sentido à um conceito de narrador que possa balizar a cibercultura ao valorizar o fator feminino nos usos e desusos desse instrumento por grupos que nunca antes eram avistados ou percebidos, todos minorizados em suas maiorias estatísticas.
Palavras-chave: Narrador popular eletrônico; narratriz; cibercultura.
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